O assunto Ronaldinho Gaúcho no Grêmio, como quer sua Diretoria, é tema do passado. E deve mesmo ser assim. Não se pode valorizar demais as coisas que não trazem nenhum benefício para a sociedade. No entanto, fica do caso uma lição a ser melhor analisada.
Todos os homens trazem em si a capacidade de adquirir qualidades morais valiosas que os façam melhores na vida de relação tanto com os outros quanto com a sociedade em que se vive. A essas qualidades morais dá-se o nome de virtudes, coisas como: ética, urbanidade, caráter ilibado, lealdade, integridade; enfim, as virtudes de um homem de bem. Mas, se é fácil descrever as tais virtudes abstratamente, a complexidade das relações humanas, as exigências da vida, no cinismo deste século, superficiais e supérfluas, tornam a prática destas virtudes uma atitude muito difícil.
As virtudes só se aprendem se tivermos o exemplo delas na nossa formação. Ninguém aprende a cantar se nunca ouviu música. Mas, o pouco que se tenha adquirido precisa ser conservado. O homem de bem precisa ser vigilante consigo mesmo, sempre. O menor deslize pode arranhar sua imagem perante o mundo. Como diziam os romanos: “Não basta à mulher de César ser mulher de César, é preciso parecer mulher de César”. Um caráter ilibado, um bom nome, são coisas difíceis de conquistar, em compensação são muito fáceis de perder.
As instituições são sempre superiores aos homens que as servem, mas figuras públicas deveriam cuidar melhor de sua imagem, uma vez que sempre acabam por servir de modelo a alguém. Seja de um astro dos campos de futebol que não se dá ao respeito descumprindo a palavra empenhada, até um ex-presidente que trata a coisa pública como se privada fosse, brindado por autoridades subservientes com benesses do Estado, como férias em área restrita e documentos a que não fazem jus seus familiares. É sempre lastimável ver o ser humano buscando mais o “ter” antes de “ser”. O tesouro do homem está onde está seu coração. Aos irmãos Assis Moreira, pois, só se pode desejar dinheiro, todo o dinheiro que possam amealhar; e ao senhor ex-presidente, ainda no deslumbramento do poder, que tenha boas e longas férias.
E não se fala mais nisso, são coisas pequenas de gente pequena.
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