quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Gerson Colombo fica em 3º Lugar em Concurso Internacional

É com alegria que compartilhamos com nossos leitores que o autor Gerson Colombo ficou em 3º lugar no 27º Concurso Internacional de Contos de Araçatuba - SP, com o conto "Pomo da Discórdia", integrante da obra A Empreitada. Confira! http://goo.gl/308nLh

Leia um trecho do conto "O Pomo da Discórdia", presente no livro A Empreitada:

"(...) Também estava lá o negro Adão, homem forte, mas não muito grande, educado, que não olhava nos olhos de ninguém e de quem não se conhecia passado, era homem de pouca fala. Mas, um que me assustava, era um certo Miro, um pelo duro, atarracado, de barba hirsuta, olhos maus, mesmo calado tinha jeito de encrenqueiro.

Ora, no galpão impera a civilidade. Todos são aceitos, todos são bem-vindos. Todos são ouvidos e todos podem ouvir e falar, só não o faz quem não quer. O fogo nativo, crepitando no chão, é o foco central daquela hospitalidade rude, mas sincera. Não há, ali, lugar para preconceitos. Os nacos de carne assada são iguais, os pratos de arroz com charque têm a mesma medida, sejam dados ao patrão ou a qualquer dos peões, a cuia de mate passa de mão em mão, sem distinção, aproximando e irmanando companheiros de mesma sorte ou infortúnio. Fora do galpão, na faina diária, a vida deve ter suas diferenças, as responsabilidades, de mando e de fazer, são desiguais só assim. Mas, à noite, no galpão, opera-se na mais pura lei de igualdade.

Os minutos se escoavam entre as conversas e as músicas do Plauto, a cuia do mate passava pela roda. A chaleira preta de fuligem chiava sobre a trempe ao lado de uma grande panela onde o arroz, feito para o jantar, ainda fumegava, uma sobra de um quarto de ovelha, atravessado num espeto largo, derretia suas gorduras sobre o braseiro, tchiiiiiii, impregnando o ambiente com seu perfume adocicado. Vez ou outra, um se aproximava e passava a faca pela carne, tirando-lhe uma ponta mais assada, e logo sêo Antero passava a salmoura pelo talho com um molhozinho de ramos de carqueja.

“Augusto, chê...” é o velho Libório quem pergunta “... e como foi a carreira do sêo Josino no domingo?”, “Pois! Que espetáculo, chê!...” responde o peão tragando o palheiro e largando uma fumaceira azulada sobre sua cabeça, “... quando largaram, se vieram parelhitos, no más! Isso até duas quadras, quando o tordilho do velho Silva se pôs na frente. Ah, mas com três quadras aquela égua do Flores foi entrando por fora e encostou, e se foi, à la cria, até a raia, com um corpo todo de frente.”, “É! Aquela égua é para tudo. Que qualidade!”, “Eu mesmo ganhei alguns mil réis naquela cancha, mas houve quem forrasse o poncho...”. Um outro perguntava ao pai pelas notícias do rádio, se ia mesmo haver guerra na Orópa, se o doutor Getúlio não queria juntar de novo uma gauchada para ir dar tunda nos alemães; outro, a um canto, perguntava se já não tinham visto o caminhão Chevrolet novo do vizinho, o sêo Ribeiro; alguém falava que os moirões da cerca da invernada do fundo estavam comidos de cupim, que o aramado logo ia abaixo; havia reses com berne precisando de banho de Creolina; a geada estava maltratando o pasto das invernadas; em tudo o pai prestava atenção e só com o olhar se acertava com sêo Antero, o capataz, para que de tudo desse providência; e eu, ouvia, e maravilhado aprendia.(...)"

domingo, 1 de junho de 2014

ENCONTRO COM ESCRITOR - 30ª Feira do Livro de Canoas


Vamos bater um papo sobre literatura, minha obra e sobre o que surgir no momento!

O encontro será na 30ª Feira do Livro de Canoas, no dia 5 de junho, às 9h na Praça da Bandeira.

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