sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Ô terrinha boa!


Para quem não sabe, nos EUA não existe atendimento público de saúde gratuito e nem ambulância do governo para buscar doentes em casa. Lá não tem SUS. Pobre ou rico, o sujeito tem de ter plano de saúde, normalmente ligado à empresa em que trabalha. A saúde não é socializada. Desempregados, imigrantes ilegais, mendigos, estão todos ferrados. Para saber mais recomendo o filme “Sicko” (S.O.S. Saúde) do Michael Moore.

Lógico, entre Brasil e EUA as realidades são muito distintas. Lá, a infra-estrutura funciona, a justiça funciona, a polícia não dá moleza, mas a saúde é uma droga. O grande irmão do Norte não quebra-galho, não tem “cesta” nenhuma, lá o estado não te dá nada. É capitalismo doído mesmo, selvagem. Já no Brasil... Ô terrinha boa! Não há melhor lugar para se viver. É sério! Ainda que deficiente, o governo é esse “paizão” cuidando do cidadão e de graça. Se uma cidadã não quiser engravidar, até a camisinha é grátis. Não usou preservativo? Pílula do dia seguinte. Ah, vai querer o filho? Auxílio-maternidade, pré-natal e enxoval. Quem vai sustentar esse menino? Bolsa-família. O jovem não tem profissão? Estágio remunerado ou Soldado-cidadão. Vai continuar estudando? Bolsa universitária e sistema de cotas. Cometeu um crime, está preso? (é pobre, por que rico não sabe o que é cadeia no Brasil) Tem o Auxílio-reclusão. Não tem onde morar? “Minha casa, minha vida”. Tá doente? Bem ou mal tem o SUS, tem o SAMU, tem vacinação para todo mundo. Ah, vai morrer? Não esquenta, o caixão é de graça.

Pois é, o sujeito tem de ser completamente abandonado ou muito vadio para morrer de fome neste país. E ainda tem gente que sofre o diabo para ir viver no exterior. Sujeitando-se a entrar clandestino, tratado como “la cucaracha”, arriscando-se a ser morto como terrorista. Tirando os sapatos para entrar legalmente, sendo farejado por cachorros nos aeroportos, e isso depois de implorar o visto de entrada. Aqui o sujeito é profissional formado, lá é lavador de pratos. Por que sair daqui? Se juntarmos todas as cestas e vales assistencialistas do Brasil, uma família pode muito bem viver sem que seus membros preocupem-se em trabalhar ou estudar para se qualificar. Chamam a isso: “diminuição das diferenças sociais”. Com certeza há quem realmente não tenha condições de deixar a miséria por meios próprios, mas para esses deve haver assistência social e não assistencialismo.

Eu ouvi Luiz Gonzaga cantar: “Ô, dotô, uma esmola para um pobre que é são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão!”

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