terça-feira, 10 de maio de 2011

Afeto não tem sexo


Não sei nada sobre homossexualidade. Aliás, eu como todo mundo no mundo todo. Uma vez que, cientistas, filósofos, psicólogos, médicos debatem, pesquisam, dissecam (será?) e não têm uma palavra que seja definitiva sobre a origem da homossexualidade (parece que só os religiosos sabem, mas sua resposta é, convenhamos, muito simplista, envolve coisas como pecado, demônio, etc.). Temos, ainda, os puritanos raivosos que esbravejam com asco e só conseguem ver a questão do sexo, como se homossexualidade fosse sinônimo de promiscuidade e não houvesse devassidão entre heterossexuais. Ah, esses se esquecem do afeto. Entendo que homossexualismo não é doença para ser curada. Penso que se acerta ao afirmar-se que haja “orientação sexual” e não opção, pois que, ninguém escolhe ser “hetero” ou “homo”, assim como negro ou branco ou amarelo, o indivíduo nasce assim e pronto. Entendo, ainda, o homossexualismo como um processo natural, onde a pessoa tem uma psicologia diferente da sua anatomia, o que não significa que vá corromper-se em comportamentos imorais. A banalização do sexo, a pornografia, a bestialidade, a pedofilia, a agressividade nas relações, essas sim, são doenças graves em qualquer orientação sexual. A infância e a adolescência intoxicadas pela pornografia que vê e ouve, seja nos “reality shows” ou na grosseria das pseudo-músicas que tratam a mulher como “cachorras”, ora, com relação a isso os “puritanos de moral ilibada” nada falam. Por que o medo das uniões homoafetivas? Homossexuais não têm direito à cidadania? Penso assim: duas pessoas podem viver muito bem numa comunhão de afeto, respeito, lealdade, fidelidade, paixão (e amor, por que não?) independentemente do seu sexo ou orientação sexual. O resto é preconceito, é discriminação. Sexo não é só carne, pensar assim é empobrecer a magnífica sexualidade humana. Sexo é impulso da vida, quando respeitado é gerador da afetividade, respeito e amor, as grandes qualidades a serem conquistadas.

O Congresso não quer? Pois, o STF, em unanimidade, faz que se reconheçam juridicamente as uniões homoafetivas, com direitos previdenciários garantidos, respeitando a dignidade humana de uma minoria sem voz na maioria do Congresso, discriminados como se cidadãos não fossem. Isso não é um “ataque” à família. Meus filhos e netos só têm a ganhar vivendo num país cuja lei trata a todos como iguais. Aprendam, falsos moralistas: isso é democracia! Não tem nada a ver com sexo.

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