sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

A Palavra.

         “A palavra, como sabemos, é uma coisa viva.”, nos ensina Vitor Hugo. A palavra edifica, mas também destrói. O pensamento, prova inconteste da evolução, é a forja donde nos saem as palavras. E a palavra é a emissão do pensamento que se verbaliza. Diz-nos Joanna de Ângelis que mesmo dissimulando os sentimentos íntimos, é veículo de alta carga vibratória que nos desvela.
         Poucas foram as civilizações antigas que fizeram uso da palavra escrita para comunicar-se, contar a sua história ou revelar sentimentos. A oralidade, assim, era consideravelmente valorizada. Quando as palavras eram pronunciadas, emprestavam dignidade ao orador, e geravam confiança, força e poder tamanhos que selavam os pactos do cotidiano, tanto profano, quanto sagrado; nos acordos comerciais, legais, governamentais, quanto nas celebrações ritualísticas como casamentos, funerais, exorcismos. Foi falando, e escrevendo, que nos construímos. Pela palavra elevou-se a Índia de Ghandi, pela palavra foi destruída a Alemanha de Hitler. Pela palavra Jesus de Nazaré ergueu os sentimentos da humanidade para a Justiça, para o Amor e para a Caridade.
         O discípulo do Cristo deve falar e escrever com a cautela de quem escreve e fala para todos, e não somente para os seus. Com o cuidado de não expor e escandalizar com nenhuma letra a sua posição diante da Doutrina de Jesus. Ensina-nos Paulo em sua carta a Tito, 2:8: “Mostra (...) linguagem sadia e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe não tendo indignidade nenhuma que dizer de nós.
         Mesmo que a dor nos assalte o íntimo, nossa palavra, para os outros, deve ser alentadora e equilibrada.  Todos temos nossos dramas, nossas necessidades, nosso posicionamento político ou filosófico, todos temos nossos medos e frustrações, mas a exteriorização das nossas queixas só aumenta a aflição de quem nos ouve ou lê.   Pela palavra nos revelamos ao mundo, pela palavra nossas paixões se expõem ou nossas virtudes se exaltam. Deixemos de lado as palavras acerca de temas que não nos dizem respeito e não acrescentam nada de produtivo em nossas vidas; e guardemos conosco as redentoras palavras do Divino Amigo, elas santificam a nossa jornada e nos servem de suporte nos momentos difíceis que nos exigem renovação.

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