terça-feira, 1 de maio de 2007

O Essencial é invisível.

Caros amigos, lembram-se de O Pequeno Príncipe, de Saint-Exupéry? Pois o livro foi um sucesso tremendo entre os adolescentes de minha geração. Achávamos que era um livro infantil, mas, assim mesmo, nos cativava... Em verdade, é um livro para adultos, mas só consegue entendê-lo de primeira quem tem a sabedoria das crianças. Da sua leitura – e releitura depois de adulto – restou-me uma lição: “... o essencial é invisível aos olhos.” Acredito nisso! A vida verdadeira, a que vale a pena ser vivida, na plenitude da paz, da alegria e do equilíbrio, é feita de pequenas delicadezas invisíveis a nossa grosseira visão material que temos de tudo. O essencial normalmente não está no foco principal do nosso objetivo, quase sempre de fundo egoístico; o essencial está no periférico, naquilo que passa por nós e não percebemos. Está no “Bom dia!”, está no “Obrigado!”, está num sorriso que se dê ou que se receba, está nas gentilezas, no crescimento através da educação, está na própria “educação”. O essencial está lá, nos substantivos abstratos que a visão profunda das crianças consegue melhor captar.
Lembro-me, há alguns anos, quando uma escola fez uma exposição fotográfica e convidava as crianças a opinarem sobre os opostos, tipo: “o triste e o feliz”. Uma das fotografias, de um país qualquer no oriente, retratava uma mulher de joelhos chorando, de braços erguidos em sinal de submissão e um homem de turbante, em pé, com um bastão na mão, truculento, ameaçava a mulher. Nos olhos do homem, cólera; nos lábios, um sorriso irônico. Pois uma garotinha de uns seis anos sentenciou: “ O homem é triste”. Perguntada sobre o porquê da resposta, já que era a mulher a agredida, respondeu: “Por que ele é doente e não é feliz!”. Bingo! A criança viu o essencial, pois colérico, o irado, é a primeira vítima de si próprio. Alterando sua saúde, comprometendo sua vida e fazendo a todos ao seu redor infelizes.
Ninguém vai trilhar a estrada da felicidade pavimentando-a de preocupações com a aquisição de coisas materiais. As coisas materiais são necessárias para a sobrevivência com qualidade, mas não são o mais importante. São até supérfluas para a vida verdadeira. Ninguém entra no reino da felicidade se não tiver o coração de uma criança. Encontrar a essência das coisas, o que é invisível aos nossos olhos, isso sim é importante.
Pensem nisso!

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