terça-feira, 26 de outubro de 2010

Nós, os medíocres


Que ninguém se ofenda ao ser chamado de medíocre. Ordinário, mediano, comum, sem relevo, é isso o que significa medíocre. Não é aquilo que está abaixo da média, mas aquilo que não atinge um “status” melhor. O mundo inteiro é habitado, na grande maioria, por medíocres. Abaixo dessa média já é a área de atuação dos idiotas, dos imbecis, dos parvos, dos “bobos de aldeia”. De vez em quando, Deus, penalizado com a nossa mediocridade, manda-nos uns e outros bem acima da média. Alguns iluminados como Beethoven, Mozart, Da Vinci, Lutero, Descartes, Allan Kardec, Spinoza, Florence Nightingale, Machado de Assis, Chico Xavier, Victor Hugo, Einstein, Madre Tereza, Pelé, Elis Regina, Elvis, e por aí vai entre outros tantos admiráveis. Homens e mulheres que romperam com genialidade a barreira do medíocre e ficaram entre os melhores naquilo que faziam. Tornaram-se um padrão de excelência, acima de todos os outros, longe do lugar comum. Ah, ah, você percebeu, não é? A não inclusão de políticos na lista acima é proposital.

Pois é! Nós somos medíocres. Vivemos mergulhados na mediocridade. E como medíocres, nossas escolhas hão de ser também medíocres. Por que, então, tanto espanto com a eleição do Tiririca? Não dizem que a índole do brasileiro é ser “alegre, informal e sacana”? Pois aí está! E por que não o Tiririca? Se já tivemos o exótico Juruna, o Agnaldo Timóteo, o Clodovil, todos sempre tão mal vistos. O que faz dele, o Tiririca, um sujeito pior que outros semianalfabetos já eleitos? Ora, Tiririca é um palhaço, e como tal, se é que os palhaços ainda são assim, há de ter a sensibilidade para comover-se com as necessidades do povo. Não temos saúde, nem segurança, muito menos educação, que é o que salvaria tudo. E estamos aí a discutir os “royalties” do pré-sal. Ora, façaofavor, o povo não sabe o que é pré-sal, que se dirá de “royalties”. Vocês perceberam a mediocridade da campanha eleitoral para presidente? Tudo tão rasteiro como briga na feira. Todos tão iguais, todos são tão “bons”, todos lutaram contra a ditadura, todos fizeram “isso e aquilo”, são tão “religiosos”. Mas, acabam discutindo se foi “bolinha de papel” ou não o que “agrediu” um candidato... Tudo tão vazio. É isso que merecemos. Nós é que temos de crescer, sair da mediocridade, deixar de ser provincianos admiradores e idólatras dos que nem são tão bons e melhores. Lembrem-se, quem faz a nação não são os políticos, somos nós.

6 comentários:

  1. Penso em não me envolver com a política, entretanto estou repensando meus valores.

    Um Presidente da República cabo eleitoral... que democracia é essa!

    A mediocridade permeia nossa sociedade, o que está posto é o resultado das escolhas da maioria!

    Aqueles que apresentam resultados, ou seja: que saem da mediocridade, como a governadora Yeda Crusius, não são reconhecidos!

    A voz do povo é um perigo, tanto que libertaram Barrabás!

    Dos ilustres que tu citaste, prezado Professor, nenhum pertence as duas últimas duas gerações!!! Será que isso é fruto de uma exacerbação da mediocridade?

    Forte abraço!

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  2. Ontem ouvi no rádio alguém dizer, e tenho que concordar,que o problema parece ser estarmos vivendo um excesso de democracia. Não temos mais o que combater. Alguns chegam a dizer que bom era antes, com o governo militar, a ditadura... agora a massa burra e inerte que é o povo brasileiro não sabe nem contra o que lutar, aguardando a bolsa-esmola do governo assistencialista. É triste, e ainda vai levar uns 1000 anos para atingirmos o nível de consciência política do europeu. Urna eletrônica é uma maravilha, mas só arrumou a parte quantitativa das eleições, em qualidade perdemos muito. Serra ou Dilma, duas faces de uma mesma moeda... vale a mesma coisa ou nada.

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  3. meu voto é teu.
    ponto.

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  4. Oi, Tio! Eu disse que leria e cá estou. Sinceramente não acredito muito nas eleições e em mais um monte de coisas.. Posso estar dando uma de radical, mas nisso eu acredito: Antes de direitos, precisávamos aprender os deveres. Faltou degolar muita gente no Brasil pra servir de exemplo do que é que não se pode. As eleições pra mim estão longe de ser a festa da democracia, como disse Dilma em seu primeiro discurso oficial. Vou festejar quando eu não for obrigada a votar e não me sentir ofendida pela fala dessa corja. Nem sei mais se meu comentário tem a ver com o seu texto.. Foi apenas um desabafo. Um beijo, Tio.

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  5. Na mosca, Gerson!
    Medíocres e pior, na imensa maioria omissos. Tá na hora de retormarmos a nossa capacidade de indignação e sair pra rua pra mudar esse estado de coisas...
    Beijos!
    Nalu

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