terça-feira, 3 de novembro de 2009

Água mole em pedra dura.



Como é dura, às vezes, a vida do cronista. Incompreendido, é tido por cansativo e repetitivo pelo leitor. Eu sei, amigos leitores (acredito que ainda os tenha), que escrevemos, repetimos, batemos na mesma tecla, vezes sem conta. Mas, é para que não morra em nós, os cronistas, a indignação diante das abominações que ferem a nossa dignidade (agora é “nós”, a sociedade). Essa é a maneira que encontramos de levar ao público os fatos que imploram apuração e soluções, em respeito aos homens de bem. É a teoria da “água mole em pedra dura”, é preciso insistir e insistir. As pessoas não mudam, é por isso que as coisas não mudam.

Vejam só: todos os anos, os escândalos na política se repetem. E quem são os políticos causadores dos escândalos? Sempre os mesmos. Raramente são uns novos. Então, porque continuamos a votar neles? De quem é a culpa, senão do eleitor, é claro! Pois é o eleitor quem não muda! Por isso batemos na mesma tecla. Para que o povo aprenda que não é vítima. Numa democracia (acreditamos que o Brasil ainda o seja), quem manda é o povo. Aprenda, pois, a mandar!

A educação, então, é sempre deficiente, em qualquer região, com escolas em estado lastimável, às vezes, são até containeres de lata; falta de transporte e merenda, alunos indisciplinados, professores mal remunerados e, no mais das vezes, desinteressados da educação e interessados em política partidária. É preciso repetir: só a educação salva o Brasil. Sem educação seremos sempre um país em desenvolvimento, esqueçam a entrada no primeiro mundo.

Vejam só o trânsito: no Brasil morre, por ano, mais gente do que morreram americanos no Vietnã. A frouxidão e a impunidade são as responsáveis pelo caos. Um bêbado pode se recusar a fazer o teste do bafômetro. Ora, é o interesse privado sobrepondo-se ao público, e isso é absurdo. O excesso de velocidade e a ultrapassagem proibida são infrações, quando deveriam ser crimes, porque matam, e muito. Como não continuar falando sobre isso?

A lei é igual para todos (dizem)! Mas, parece que uns são mais iguais que outros, e se beneficiam com a impunidade. Como não continuar falando da falta de ética na classe política? Pois se essa falta de moralidade pública se reflete no povo, “ora, se eles podem porque eu não?”. Vem daí a falta de respeito às instituições, aos velhos, aos professores, aos pais, às leis, ao trânsito, aos animais, às diferenças, enfim.

É, por isso, amigo leitor, que o cronista precisa continuar batendo assuntos velhos, mesmo que seja como escrever na areia, não importa o tempo que leve, pois uma ou duas cabeças podem mudar para melhor, e, quem sabe, não acabem contaminando outras com o vírus da ética e da moral.

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