segunda-feira, 31 de março de 2008

Como não criar bicho fera.


Vi um jovem mirrado de dezesseis anos, acorrentado feito bicho fera, assassino confesso de, pelo menos, doze pessoas, algumas com crueldade. Ele é frio, não apresenta remorso algum e, falando com seu advogado, disse: “O senhor veja aí o tempo que eu preciso ficar aqui. Não quero ficar mais que o necessário.”, com isso mostra total alienação em relação à gravidade do que cometeu. É preciso estômago para matar um ser humano e esse tem. Como ele chegou a isso? Onde ele se desviou da raça humana e tornou-se essa besta feroz e sem escrúpulos? Não sei o seu nome e não quero saber, e a mim pouco importa a sua sorte, desde que não volte para as ruas. Acho, pelo visto, que é caso perdido, não acredito em recuperação de sociopatas. E a culpa de tudo isso não é do Estado, não é da sociedade, é da família que não entendeu a responsabilidade de educar-se um filho.
Quantas lágrimas ainda serão vertidas até que as famílias entendam que educação é dever de pai e mãe e não da escola? E que isso não depende de classe social ou padrão cultural? Não conheço ninguém que não tenha preocupação com seus filhos em relação ao uso das drogas de abuso, notadamente quando esses são adolescentes. Então, por que tantos jovens estão na delinqüência? Porque é justamente aí, nesta fase da vida, que a preocupação dos pais ganha contornos dramáticos, pois é quando a maioria perdeu o controle sobre os filhos. E se fazem cegos e não querem ver, porque é mais fácil fingir que não sabe do que tomar uma atitude: “Meu filho nunca faz nada de errado, são as más companhias”. Talvez porque a educação tenha se baseado num processo de barganha: “Faça isso direitinho que te dou um brinquedo; vá a aula todos os dias que te dou um carro novo,...” Não existe receita para bem educar os filhos. É preciso coragem para dizer não, disciplina constante, exemplificação própria e uma boa dose de amor e desprendimento. Criar filhos sem essas regras pode até não torná-lo um homem (ou mulher) sem caráter, mas vai depender de sorte, da índole que eles tragam do berço, e ninguém quer jogar com a sorte quando se trata do futuro da prole. Pais que não passam aos filhos valores morais que dêem sentido à vida não lhes dão nenhuma perspectiva de futuro. Hoje, a educação, na maioria das famílias, baseia-se na construção de um grande homem, um grande profissional, um grande político, um homem de posses e diplomas, quando deveria voltar-se para a formação de homens de bem. Coragem para assumir a educação dos próprios filhos, talvez seja essa a receita para não criar bicho fera.
Pensem nisso!


Um comentário:

  1. CARO AMIGO,

    LI TODAS AS SUAS CRÔNICAS OU CONTOS ,NÃO SEI COMO DEFINO-LOS.MAS UMA COISA POSSO AFIRMAR A TUA SENSIBILIDADE ESTAR CADA MAIS APURADAS. PARÁBENS COMPANHEIRO, VEJO QUE A PENA NA TUA MÃO VOA.ESTOU ESPERANDO A PROXÍMA. UM FRATERNO ABRAÇO.CUNTO

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