sexta-feira, 30 de julho de 2010

O que nos falta? Educação!


Sempre que não temos capacidade de educar, orientar, ensinar ou mesmo de construir, nós proibimos. Proibir é legalizar o poder e a força, e também é um atestado de incompetência para o diálogo. Lembro-me do final dos anos 60, quando o movimento da Tropicália disparou contra o regime militar: “É proibido proibir!”. As proibições continuaram com o AI-5 por que o regime tinha a força e a proibição era a exibição do seu poder. A Tropicália escafedeu-se e foi ser cantada na Europa. Agora surge esse projeto de lei visando proibir os pais de surrar os filhos. O presidente Lula não quer as palmadas. Absolutamente concordo com ele, uma criança nunca deve ser agredida. Pais que batem nos filhos não sabem educar, talvez até por que também não foram educados. Mas, não aceito a proibição como método educacional. Educar não é proibir. O Estado não pode interferir na forma de os pais educarem seus filhos. Acredito existirem coisas mais importantes a serem discutidas no Congresso. Mas, de qualquer forma, trazer este assunto à discussão já foi uma vantagem.

Sempre que me perguntarem o que essencialmente nos falta, responderei: Educação! Neste caso, de pais e filhos, por exemplo, quem educa, orienta e não dirige, não proíbe, não bate, nem uma palmadinha de leve, essas “de amor”, como costumam dizer, por que dói do mesmo jeito e, na maioria das vezes, dói na alma. Às vezes, eu sei, dá vontade mesmo de chegar um beliscão numa criança birrenta. Mas, quem é o adulto na relação? Quem pode mais? Castigar sim, se houver necessidade. Mas, sempre, uma boa conversa séria faz a criança pensar, entender o que é responsabilidade por seus atos. Ai, ai! Ainda lembro-me das conversas do meu pai... Uma boa conversa deixa marcas mais profundas que uma surra, prepara a criança para o mundo adulto. Por que o mundo sim, esse não conversa, parte logo para a cobrança mais dolorosa. E pobre daquele que não foi preparado para o mundo. Pais e mães não podem ser vistos como brutamontes, sempre aos gritos e palavrões. Para uma criança os pais são sempre modelo de virtude e sabedoria, portanto, cuidado com o exemplo que se dá.

Uma lei proibindo a correção física paterna, no entanto, acho letra morta. É preciso educar e orientar o adulto para que ele saiba, com responsabilidade, orientar sua família. Como se faz isso? Não sei. Talvez educando a sociedade, talvez discutindo temas como este. Mas, sei que tudo começa na infância. Educação para as crianças sempre! Pensem nisso!

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