sexta-feira, 12 de junho de 2009

“Vida louca, vida..., vida breve”.


             Vida louca, vida..., vida breve; já que eu não posso te levar, quero que você me leve”. Esses versos do Lobão, na voz do Cazuza, me vieram à lembrança quando vi uma certa reportagem num desses programetes sensacionalistas da TV. Pois, tragédias como essa queda do airbus da Air France tem um poder de comoção que outros eventos igualmente trágicos não têm. Centenas de pessoas morrem no trânsito diariamente, por exemplo, mas isso já não nos comove, banalizamos. Já um avião... Talvez seja porque é muita gente junta a morrer ou, talvez, porque isso reforça o medo que, lá no fundo, todo mundo tem de voar. Então, vem a tal reportagem, de tremendo mau gosto: tinha gente comemorando, isso mesmo, comemorando, por que não havia conseguido, sei lá por que cargas d’água, embarcar no fatídico vôo. Ora, deve ser uma sensação maravilhosa saber que você não entrou num avião que estava prestes a cair. No entanto, dar um  depoimento celebrando isso, e dizendo-se “abençoado” por Deus, é um desrespeito com as famílias das outras centenas de pessoas que morreram. Parece algo assim: Deus, que de justo não teria nada, prefere uns a outros dos ditos filhos seus. É cruel pensar assim. É injusto com Deus pensar assim. Só mostra ignorância e egoísmo. Acho que uma hora dessas é para se refletir sobre a efemeridade da vida, aliás, todos deveríamos ter plena consciência do quanto a vida é efêmera. Com certeza, viveríamos melhor. Cientes da brevidade de tudo o que vive, talvez, até no trânsito, que mata mais, seríamos mais respeitosos. Não seríamos tão arrogantes, autossufientes, orgulhosos e prepotentes. Entenderíamos que somos todos iguais, pois a única fatalidade a que estamos sujeitos é o túmulo, cedo ou tarde. O importante é viver. E não é o “quanto” se vive, mas o “como” se vive o que importa mais. E viver é aproveitar os momentos com aquilo que há de mais precioso, as pessoas a quem amamos, que também são efêmeras. Sim, precisamos ter a consciência de que tudo o que mais amamos um dia vai desaparecer, é a lei imutável do Universo. Não há injustiça nisso, há sabedoria, pois é igual para todos. Devemos celebrar a vida, e não lamentar a morte, por que a vida é sagrada e só por isso deve ser tão apreciada.

2 comentários:

  1. Gerson,

    Baseada nas tuas palvras, celebro a existência maravilhosa que me foi concedida por Deus e nela, a oportunidade do "reencontro" com vocês!

    Saudades.

    Um beijo,
    Raquel.

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  2. Realmente, amigo Colombo,como somos egoístas. Não pensamos em celebrar a vida e sim agradecer por não ter chegado ainda a nossa vez.Mas , não, sejamos injustos conosco, somos espíritos fracos , ignorantes , perdoemo-nos ...rsrsrsr...bjão . Amiga Ivone e Ribeiro.

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