segunda-feira, 10 de maio de 2010

O que é ser elegante?

Um amigo cumprimentou-me dizendo que eu estava elegante feito um “lord” cubano. Bem, quem me conhece sabe que sempre uso chapéu, e aprecio mesmo um bom charuto da ilha de Fidel. Mas, será que isso faz de mim um sujeito elegante? Costumam serem chamadas de elegantes as pessoas que tratam bem da sua aparência: unhas limpas e cortadas, cabelos bem tratados (no caso dos homens, também uma barba bem feita), vestir-se com esmero, com roupas limpas e asseadas. Se essa pessoa tiver condições econômicas para roupas mais caras, com melhor corte, a elegância evidencia-se. Ora, existem até cursos e escolas onde se ensinam como vestir-se, o que vestir em qual ocasião, regras de etiqueta, etc. Mas, o fundamental, e cada vez mais ausente, é a elegância no comportamento. Pois, o comportamento elegante e gentil está além do aprendizado, da instrução, do saber usar o talher correto, ou qual a meia que combine com o sapato. É uma questão de educação e vai além do dizer “obrigado”, o que já seria uma grande coisa nos nossos dias. A verdadeira elegância manifesta-se sempre, em qualquer momento, não somente nas poses para as colunas sociais. O verdadeiro elegante nem ao menos precisa estar vestido com a roupa da moda ou com “isto” combinando com “aquilo”.

É elegante o que escuta mais do que fala; que nunca passa adiante uma fofoca maledicente; que, mesmo sendo hierarquicamente superior ou esteja investido de algum poder, nunca é arrogante ou prepotente. O verdadeiro elegante é sempre cordial, tem um aperto de mão firme, olho no olho com sinceridade; é sempre pontual em seus compromissos, cumpre o que promete e dentro do prazo estipulado; é aquele que é sempre sincero sem ser rude, tem gestos de carinho e gentileza, sem esperar retribuição. É solidário e gentil silenciosamente e sem afetação. Quando alcança vitória, alegra-se sem se vangloriar; quando perdoa, não tem segundas intenções, não impõe regras ao perdão; quando faz caridade, não faz alarde.

Ser elegante, enfim, é algo que se é, e não que se tem. Está muito além da etiqueta, é um comportamento onde os gestos são educados e naturais e nunca decorados ou ensaiados. O elegante não é falso, pois elegância está no caráter. E caráter não se dissimula. Ao menos, não sempre.

Um comentário:

  1. Amigo Colombo,
    concordo plenamente! Confesso- me leitor de algumas colunas do Caderno Donna da Zero- Hora Dominical. O que observo em cada texto da colunista Zélia Ribeiro é justamente isso: para ser elegante não é necessário ter posses. Cito alguns exemplos do dia a dia: deixar o assento da condução para idosos e gestantes, não furar a fila, ser pontual, entre muitos exemplos. O que notamos, é que ser elegante é mais simples do que parece e a elegância anda de braços dados com civilidade e educação.
    Forte abraço,
    Carlos Alberto Santiago Nunes.

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