Sexta-feira, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, em memória de Zumbi, quem sabe o primeiro grande revolucionário americano. Pois, Zumbi e o rei Ganga-Zumba comandaram o grande Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, em Alagoas, com quase
Confesso que houve tempo em que pensei que deveríamos recusar as diferenças, a fim de construirmos uma sociedade igualitária. Reconheço, hoje, que são justamente as diferenças que compõem a beleza da raça humana. Estar em paz com as diferenças é aceitar que o mundo tem mesmo de ser multicolorido e multicultural. Nós é que devemos nos adaptar a todos os desiguais. Só o que não se deve aceitar é a falta de caráter e a não aceitação das diferenças, o que nos leva ao tratamento discriminatório a todos os que não aceitamos como “nossos iguais”. Não existe uma raça negra ou uma raça branca ou uma raça amarela, somos todos da raça humana. Cada um de nós, sobre a face da Terra, é tão diferente geneticamente um do outro, que até nisso somos iguais. Ainda assim, discriminamos as etnias, as mulheres, as crianças, os homossexuais, os velhos, os magros, os gordos.
Os verdadeiros valores não estão na cor da pele, na ideologia política, no sexo, na idade, na religião, na opção sexual ou no gosto de cada um por “jazz” ou samba. O caráter, sim, é o importante, a lealdade, a honestidade, o respeito consigo mesmo e com os outros, uma sólida conduta ética e moral. Esses os verdadeiros valores, infelizmente, hoje, cada vez mais fora de moda, principalmente na atividade política, donde deveria vir o exemplo. Se já somos diferentes na cor da pele, na cultura, nos gostos, não podemos aceitar tratamentos diferentes em respeito aos direitos fundamentais e igualdade de condições de acesso aos benefícios sociais. Oxalá, um dia tenhamos uma verdadeira República, talvez nos moldes da que foi sonhada por Zumbi dos Palmares, há trezentos anos. Pensem nisso.
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