segunda-feira, 30 de abril de 2007

Espiritismo, 150 anos de luz para o mundo.


Caros amigos, neste mês de abril comemora-se o sesquicentenário do surgimento do Espiritismo no mundo. Em 18 de abril de 1857, em Paris, foi lançada a primeira edição de O Livro dos Espíritos, obra codificada por Allan Kardec, pseudônimo do pedagogo e cientista francês Hippolyte Léon Denizard Rivail; este lançamento literário marca o início da jornada luminosa da Doutrina Espírita. E surge como contraponto ao materialismo exacerbado do Séc. XIX. Cientistas e pensadores do Século das Luzes, já cansados da fé cega e do medo preconizados pelas religiões acadêmicas, encontram no materialismo bruto a sua boa oficina e com eles arrastam multidões. Mas, engana-se aquele que crê ser o Espiritismo uma religião; é sim, antes, uma doutrina nova que se assenta sobre um tripé formado pela Filosofia, pela Ciência e pela Religião. A dissociação desses elementos é que vai formar a fé cega e sem argumentos, vítima fácil para os materialistas. A Filosofia busca a resposta para as questões de sempre: a existência de Deus, a imortalidade da alma, a pluralidade das existências humanas; quê sou eu? de onde vim? para onde vou? A Ciência, através do empirismo, da constante experimentação, busca a comprovação daquelas questões filosóficas. A religião encontra no Cristianismo a base moral e ética da nova doutrina. A religião conduz ao Amor Universal, sendo o Cristianismo a expressão mais sublime desse Amor e o Evangelho de Jesus é o código de ética e postura que edifica a redenção das almas. O Espiritismo ocupa-se somente com a moral evangélica, entendendo que a dor e o sofrimento do Cristo são exemplos de abnegação e humildade, não devendo jamais ser motivo de adoração.

O Espiritismo não possui dogmas, não tem formalidades exteriores, não possui liturgias, não faz prosélitos. Vale-se da simplicidade sem ostentação para ensinar aos homens o caminho da reforma íntima, a verdadeira reforma moral, por que elaborada no cadinho íntimo das almas. Resgata-nos a capacidade de raciocinar, transformando os homens em livres-pensadores, com a graça de Deus.

São 150 anos de luz para o mundo, clareando caminhos antes obscurecidos pelo fantástico, pelo maravilhoso, pelo sobrenatural, pelo milagre, pela fé cega e sem intenção de esclarecer. O Espiritismo é doutrina que conduz ao bem, ao belo e ao verdadeiro. Mas, não é a Verdade final, é uma parcela da grande Verdade de Deus e um grande passo no entendimento da máxima evangélica: “Conhecereis a Verdade e ela vos libertará!”. Sem medo do futuro, sem medo do “castigo” de Deus, sem crendices, sem superstições, com a convicção de que no esforço íntimo está o esclarecimento e o consolo. “Véritas super omnia”, a verdade acima de tudo, sempre.

Que assim seja!

domingo, 29 de abril de 2007

Folhas de outono.


No horizonte, o céu vermelho,
é prenúncio da noite fria
o outono traz folhas mortas
forrando a rua vazia.

A solidão é assim,
de nada vale a renúncia, de nada vale blefar,
iguais são as noites, sem fim,
é a alma que flutua, o coração a chorar,
ninguém espera por mim.

Molhando o travesseiro
de lágrima e suor,
as folhas vermelhas de outono
me fazem sentir melhor.

São sempre madrugadas
tão tristes, tão frias
destas noites sem sono,
me perco entre as folhas de outono,
me restam as ruas vazias.

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